A concepção de Estado em Julius Evola: Política e Espírito (1ª parte)

 

Introdução

Distinguindo-se de outros autores identificados com o pensamento tradicionalista integral, Julius Evola não se furta da tarefa de analisar temáticas relacionadas ao campo da política e do Estado. O mestre italiano procura aplicar os princípios e categorias do pensamento tradicional no exame de questões que se referem à esfera social e política. Conforme afirma Alain de Benoist (2002) trata-se de um “metafísico comprometido, engajado”.
Em Evola, o conceito de Tradição, viga mestra de seu pensamento, caracteriza-se como uma realidade dinâmica e atuante, a qual, por conseqüência, jamais pode ser entendida num sentido meramente abstrato e especulativo. Com efeito, ela “manifesta-se em sua plena potência formativa e animadora no domínio da organização política e social, para conferir a mesma um significado e uma legitimação superior” (Evola, 1999, p.271). A Tradição é uma potência que se plasma no domínio histórico, é uma “força do alto”, transcendente, que atua no campo político e social tornando-se o eixo em torno do qual gravitam todas as atividades e esferas da vida de uma civilização normal. Essa presença do alto - a transcendência imanente na feliz definição evoliana -, corporifica-se numa elite cuja fundamental tarefa é conservar e transmitir a Tradição, assumindo, além disso, o ingente papel de comando e direção da vida coletiva.
Vale ressaltar que, em parte, esse interesse de Evola por assuntos políticos se deve a determinados traços de sua personalidade. Evola era, sobretudo, um kshatrya, ou seja, um guerreiro, um homem de ação. Seguia audaciosamente a via do combate e do heroísmo, assumindo uma atitude de resistência ativa aos ídolos de nosso tempo. Não era um mero intelectual burguês, preocupado com idéias e conceitos abstratos, ou mesmo um contemplativo ou místico que se evade do mundo humano e temporal em uma busca ansiosa de fusão com um ser divino impessoal. Com essa “equação pessoal” era natural que assumisse um rol político, ou melhor, metapolítico, procurando de algum modo atuar e intervir no rumo dos acontecimentos.
Para compreendermos a concepção evoliana da política e do Estado se faz necessário partirmos de uma das intuições centrais de sua obra, esposada, inicialmente no mais importante de seus livros – Revolta Contra o Mundo Moderno.  Neste livro, Evola parte de uma constatação essencial: a de que, mais além do pluralismo e da multiplicidade de civilizações e culturas, há idealmente e “morfologicamente” um “dualismo de civilizações”; a civilização tradicional e a civilização moderna. Este dualismo de civilizações deve ser entendido, precipuamente, em termos metahistóricos, no sentido weberiano de tipos ideais, ou seja, consistindo, basicamente, em modelos conceituais e analíticos que nos orientam na compreensão da realidade concreta.
Uma civilização tradicional caracteriza-se essencialmente por ter como eixo e centro ordenador um elemento supratemporal. Para o mundo tradicional, conforme afirma Evola: “[...] a existência exterior, o ‘viver’, é nula, se não for uma aproximação para o supramundo, para o ‘mais que viver’, se o seu fim mais elevado não for a participação nele e uma libertação ativa do vínculo humano” (1989, p.25). Desse modo, o sagrado não se restringe ao íntimo das consciências e ao espaço circunscrito dos templos e igrejas, mas se espraia por todo o tecido social. Nesta atmosfera permeada por forças divinas e mágicas, todos os atos e esferas da vida individual e coletiva revestem-se de um caráter ritual.
Em todas as civilizações tradicionais, o próprio mundo social e político e, por conseguinte, a totalidades  das leis, normas e instituições “vinham de cima”, originando-se de uma realidade que ultrapassava o mundo humano e temporal, dirigindo-se, também, para o alto, para uma dimensão suprahumana. Toda autoridade, instituição social ou lei era considerada falsa se não se orientasse por princípios superiores. Por conseqüência, o próprio Estado tinha um significado e uma finalidade transcendente. Era o Estado e/ou Império concebido como um reflexo e uma projeção do mundo do ser no devir, um símbolo de centralidade, estabilidade e ordem.
Segundo o pensador tradicionalista, a base e o fundamento da autoridade não era a simples força ou violência ou ainda qualidade naturais e seculares como a inteligência, a sensatez, a habilidade, a coragem física e a preocupação com o bem-estar material coletivo. Na origem de todo o poder temporal havia uma autoridade espiritual. Autoridade espiritual que se encarnava na figura tradicional da “realeza sacerdotal”, do“rex pontifex” e que se materializava de um modo mais amplo na idéia de Imperium. O rei sagrado representava o supremo vértice hierárquico de uma ordem social tradicional. De sua figura hierática emanava um poder e uma força sobrenatural que permeava todos os âmbitos da vida coletiva. A majestade régia era vista como a própria imagem terrestre do “rei celeste”, dessa maneira, o rei sacerdote era a representação no mundo do devir do grande monarca divino e universal.
O regnum, o imperium, comandado pelo rei sacerdote e pontífice tinha uma origem sobrenatural, uma natureza suprapolítica e universal, era a expressão no plano terrenal de um princípio espiritual e sacro, de uma ordem mais alta.
Nas ordens políticas tradicionais cristalizava-se a síntese de espiritualidade e poder, a integração e a unidade suprema entre o regnum e o sacerdotium. O poder político se estribava em uma autoridade de origem espiritual. A noção de um poder meramente mundano, terreno e secular inexistia. O Estado possuía primordialmente um caráter sacral.
Em contraposição à civilização tradicional há, na visão de Evola, a decadente e confusa civilização moderna, cujo centro é já não mais o sagrado, mas o meramente humano e temporal. A civilização moderna rompe os laços do humano com o eterno, processo esse que culmina na satânica revolta do homem contra a ordem transcendente e divina. Todas as atividades humanas e instituições sociais concentram-se no que é contingente e efêmero. Como conseqüência lógica deste processo de dessacralização, a política e o Estado moderno se laicizam, se mundanizam, refletindo o caráter secularista da configuração societal moderna, voltada unicamente para o humano e o temporal. O Estado moderno é, substancialmente, uma forma política privada da dimensão da transcendência. Conforme alertara o teólogo católico tradicionalista Atílio Mordini (1997), a desconsagração do Estado moderno acaba por resultar no desenvolvimento do agnosticismo e no ateísmo político e, como conseqüência natural, no rebaixamento da atividade político, bem como na expansão do igualitarismo e do socialismo intrinsecamente míopes para todos os aspectos da realidade humana que transcendem a dimensão do econômico e do social.
Um dos problemas centrais da filosofia política evoliana é, sobretudo, um problema platônico. Trata-se de saber como introduzir o espírito no campo da atividade política. A possibilidade de plasmar na arena política princípios espirituais pela força e a violência seria algo desastroso e contraditório. Tal tentativa acarretaria, inexoravelmente, numa corrupção e degradação dos valores espirituais. Uma alternativa mais plausível seria estabelecê-los no campo político e no Estado por meio da ação persuasiva, pedagógica, modelar e sutil de uma ordem, de uma elite espiritual e guerreira.
Evola, como Platão, estava profundamente preocupado com a restauração do vínculo entre espírito e poder. Não aceitava o dualismo de uma espiritualidade que não é um poder, e de um poder que não é espiritual. Em suas obras políticas ressaltava que se fazia imprescindível, para o restabelecimento de um Estado tradicional, a associação entre potência e superioridade, baseando-se a potência sobre uma superioridade essencialmente fundada em princípios metafísicos. Portanto, de fundamental importância seria a reconstrução da unidade primordial dos dois poderes, do real e do hierático, do sacro e do viril.  Para tanto, insistia  acerca da imperiosa necessidade de restaurar uma tradição espiritual guerreira, para além da tradição religiosa sacerdotal. Uma aristocracia espiritual que manifestasse possibilidades humanas superiores e modos diferenciados de interesses e sensibilidades, a qual, enfim, testemunhasse uma forma mais elevada de existência e um ethos heróico, marcado pela calma e serenidade interior e, principalmente, pelo domínio de si e por uma austera e olímpica gravidade. Uma elite guerreira e intelectual que representaria um contraponto indispensável ao predomínio avassalador na idade moderna das “castas econômicas” dos mercadores e dos trabalhadores.

  1. Política e Espírito

Em consonância com o pensamento clássico e tradicional, Evola subordina a política à princípios éticos e espirituais. A autêntica política manifesta e é constituída por valores hierárquicos, heróicos, ideais, antihedonistas e antidemocráticos. Valores esses que remetem a uma dimensão superior da vida, desvinculada da existência pacífica e do mero bem estar físico e econômico.
De fato, a cosmovisão tradicional estabelece uma incontornável relação de interdependência entre a dimensão política e a dimensão ética e antropológica. Seguindo os passos de umas das mais importantes veias da tradição política ocidental - a aristotélico-platônica -, o mestre tradicionalista entende que, para determinar a melhor forma de organização política, se faz necessário antes de tudo analisar e explicitar qual é a verdadeira natureza do homem. Desse modo, uma antropologia filosófica antecede e abarca a ética e a política. A especulação evoliana sobre o Estado parte de uma específica concepção do homem e do mundo e, por sua vez, de um diagnóstico preciso acerca da crise da modernidade, a qual, dentre inúmeros fatores, caracteriza-se basicamente pela perda do contato com a realidade metafísica e pelo rechaço aos princípios tradicionais.
Partindo de uma concepção presente na filosofia de Platão e em outras fontes sapienciais, traça uma analogia entre o homem e o Estado. A sociedade política é o próprio homem escrito em letras grandes, como mostrara Platão com o seu conhecido princípio antropológico. Como se sabe, a filosofia platônica vê a sociedade política constituída, basicamente, por três estamentos ou  “castas”: o estamento dos guardiões-governantes, designados como reis-filósofos, o estamento dos guardiões das leis, responsáveis pela defesa e segurança e o estamento dos produtores, responsável pelo funcionamento da economia. Estes três estamentos correspondem, por sua vez, às três partes da alma: a razão – (Guardiões-governantes, reis filósofos), o  ardor – (Guardiões das leis) e o desejo- (Produtores) que, equivalem simbolicamente, às três partes do corpo: cabeça  = reis-filósofos; coração = guardiões das leis; ventre = produtores (Mattéi, 2010).
Da mesma forma que deve haver uma relação hierárquica entre as diversas potências e faculdades da alma humana,  com a subordinação do elemento passional e biológico ao elemento volitivo e deste ao elemento intelectual e espiritual, no âmbito social e político a aristocracia espiritual - da qual se origina o rei sacro - deve governar tendo, desse modo, primazia em relação ao estamento guerreiro, produtivo e trabalhador.
Desse modo,  a desordem social e política (externa) é um reflexo da desordem na alma humana  (interior). Uma sociedade está doente quando os homens que a governam e a compõem estão moral e espiritualmente doentes.
Sendo assim, o critério último e definitivo de medida e aferição da ordem ou desordem social e política é a própria ordem da alma do homem plenamente desenvolvido - a pessoa absoluta no sentido evoliano. O filósofo da tradição, seguindo esta linhagem de pensamento, sugere que uma sociedade política está em ordem quando é governada por homens de alma reta e ordenada, sendo a realidade transcendente e divina  a fonte da ordem na alma individual e da ordem social e política. Insiste, portanto, que a desordem contemporânea do campo político deriva da carência de um princípio superior de autoridade, de um centro estável dotado de uma intrínseca legitimidade, responsável pelo cumprimento de uma função moderadora, arbitral e harmonizadora.
De uma maneira absolutamente original e audaz, o mestre italiano estabelece uma oposição entre a esfera política e a esfera do social, daquilo que é o puro “demos”, ou seja, o povo, a comunidade e a nação. O Estado representaria um princípio ativo, viril e olímpico. Por outro lado, o povo, o demos e a nação manifestaria um princípio inferior, passivo, material e “naturalístico”. Frente ao elemento feminino, lunar e físico da comunidade e do povo, há, então,  o Estado enquanto a expressão no campo político da virilidade espiritual. Importa ressaltar que a oposição evoliana entre Estado e sociedade fundamenta-se na distinção metafísica entre forma e matéria, espírito e natureza, presente em várias vertentes do pensamento clássico e tradicional.
Nesse sentido, Evola rejeita o predomínio da sociedade e de tudo aquilo que representa apenas valores sociais e comunitários. Em oposição às posturas liberais, contratualistas, jusnaturalistas e socialistas que concebem o Estado como uma expressão da sociedade, como uma espécie de superestrutura da totalidade social, levanta a tese de que as organizações políticas e estatais tradicionais são criações de elites e minorias guerreiras, de ordens aristocráticas e castas superiores.  São, dessa maneira, a manifestação da vontade criadora e formadora de uma “sociedade de homens”, de uma comunidade de indivíduos livres  irmanados por um ideal sacro e marcial, conhecida na tradição indo-européia como  Männerbunde. Portanto, como mostra com agudeza o mestre tradicionalista, é a esfera da política e do Estado que dá forma, unifica e faz o povo e a nação participar de uma vida superior.
Em síntese, para o filósofo tradicionalista, o poder político baseia-se e encontra legitimidade numa autoridade de tipo eminentemente espiritual. É, precisamente, neste ponto que reside a originalidade e ao mesmo tempo a tradicionalidade da ciência política evoliana. Sua doutrina do Estado transcende os limites estreitos, parciais e racionalistas das perspectivas dominantes, sejam elas de teor sociologista, historicista e juridicista. Na verdade, a ordem política não é simplesmente uma realidade histórica, social ou jurídica, mas algo mais abrangente e complexo que se relaciona, especialmente, à dimensões fundamentais da experiência humana da realidade. Conforme assevera o filósofo Eric Voegelin (1982), os governos e as sociedades políticas passam a existir não apenas com a finalidade e a função elementar de fornecer meios e instrumentos materiais como a autopreservação, a produção e a distribuição econômica, mas principalmente para dar sentido à existência do homem na realidade. As sociedades políticas representam uma permanente e dramática tentativa humana de adequar-se à ordem cósmica e divina. São elas, simbolicamente, uma espécie de microcosmos, ou mesmo, como percebeu Platão, um macroanthropos, ou seja, uma projeção e uma representação na esfera temporal e histórica de uma ordem existencial mais alta. Nesse sentido, nas grandes civilizações tradicionais do passado, como bem mostrou Evola, o rei era a encarnação de uma força vinda de cima no seio da ordem temporal, um “filho do céu” detentor de um “mandato celeste”, segunda a tradição do Extremo-Oriente. Possuía o monarca uma série de prerrogativas e funções, dentre as quais era responsável pelas ações rituais e sacrificais, de importância central nestas civilizações. Por sua vez, o império era como uma imagem do próprio reino celeste neste estado terrenal de existência. Contudo, com o advento da civilização moderna, essa concepção do ordenamento político é completamente perdida.

            2 – A laicização do Estado
Se na visão tradicional a força e poder derivam do alto, sendo o Estado a encarnação de uma ideia e de uma símbolo superior, na visão moderna nota-se a progressiva e gradual temporalização e desconsagração do poder político. O Estado moderno seculariza-se, tornando-se um poder exclusivamente material e temporal.
Presencia-se, assim, a dissociação entre espiritualidade e poder, representada pelo ideal do Sacrum Imperium e pela instituição da realeza sacerdotal. A decisiva dissociação entre a autoridade espiritual e poder temporal, enfeixados outrora na figura mítico-histórica do rei sagrado, é o ponto de partida da temporalização e materialização do poder político, conforme ensina Evola: “Encontra-se vinculado a separação dos dois poderes, a cisão do princípio régio com respeito ao princípio sacral, o dualismo através do qual, por um lado se delineia uma virilidade material - o estado laico -, o soberano, como valores puramente temporais e quase luciféricos, por outro uma espiritualidade lunar [...] de tipo sacerdotal e religiosa” (2001, p.35).
Evola sublinha o papel do cristianismo na ruptura definitiva da unidade entre a autoridade espiritual e o poder temporal, ou seja, entre as instituições sacrais multisseculares do  regnum e  do  sacerdotium. Responsabilidade, até certo ponto, pela laicização do Estado e, desse modo, pela afirmação de uma “espiritualidade desvirilizada” e de um “poder materializado”. O dualismo e a cisão entre o político e o espiritual, vieram a favorecer o desenvolvimento de uma espiritualidade puramente “ideal” e abstrata, passiva diante da realidade concreta, e, por outro lado, a afirmação de uma atividade política vil, corrupta, pueril e demagógica.
 Este processo acentua-se e prolifera-se cada vez mais com o avanço do projeto civilizacional moderno de inegáveis contornos secularistas e imanentistas. Consolida-se um Estado mecanizado e burocratizado, com uma estrutura altamente centralizadora e intervencionista, regido por tecnocratas, gestores e especialistas que ignoram por completo a existência de valores metafísicos.
Ademais, na modernidade presencia-se uma radical inversão: a subordinação da autoridade espiritual ao poder temporal. Um exemplo cabal deste processo pode ser  percebido nos países protestantes do norte da Europa, onde o poder político controla as igrejas nacionalizadas.
Neste cenário, a política amesquinha-se, desvinculando-se de quaisquer princípios éticos mais elevados, tornando-se, fatalmente,  uma força “catagógica”. Com efeito,  o plano das forças passionais e irracionais, assim como das vantagens materiais e “conquistas sociais”, são as únicas que tem importância e eficácia na política laica moderna. Na realidade, o poder político meramente baseado num poder material, militar, substancialmente laico e temporal, é um arremedo de verdadeiro poder. Acerca disto afirma Evola: “Em matéria de princípio, se a autoridade e a soberania não possuem um certo crisma espiritual, elas não podem nem sequer ser chamadas verdadeiramente tais, e a totalidade do sistema do verdadeiro Estado se encontra carecendo de qualquer sólido centro gravitacional [...]” (1995, p. 41).
Na civilização moderna afirma-se um modo de espiritualidade que não é um poder, e uma forma de poder desprovido de traços espirituais. Enfim, predomina um poder exclusivamente profano e material, e, por outro lado, uma espiritualidade desvirilizada. As conseqüências dramáticas e funestas dessas formas caricatas e deformadas de poder e espiritualidade são inúmeras, conforme mostrou Evola com contundência em diversos de seus escritos.
Referências bibliográficas
Benoist, Alain de. Julius Evola, REACTIONNAIRE RADICAL ET METAPHYSICIEN ENGAGE, 2002. Disponível em: http://www.alaindebenoist.com/pdf/julius_evola.pdf
Evola, Julius. EL ARCO Y LA CLAVA. Ediciones Heracles: Buenos Aires, 1999.
___________. MÁS ALLÁ DEL FASCISMO. Ediciones Heracles: Buenos Aires, 1995.
___________. IMPERIALISMO PAGANO. Ediciones Heracles: Buenos Aires, 2001.
___________. REVOLTA CONTRA O MUNDO MODERNO. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1989.
Matteí, Jean-François. PLATÃO. Editora Unesp: São Paulo,2010.
Mordini, Atilio. EL CATÓLICO GIBELINO. Ediciones Heracles: Buenos Aires, 1997.
Voegelin, Eric. A NOVA CIÊNCIA DA POLÍTICA. Editora da Universidade de Brasília: Brasília, 1982.